Vai faltar trigo para o pãozinho?

Rússia decide desfazer o acordo que permitia exportação de grãos da Ucrânia, e mundo teme desabastecimento
8 de agosto de 2023 em Edições Impressas, Internacional

Primeiro, a Rússia só ameaçou, mas, no dia 17 de julho, o país realmente desfez o acordo que permitia que os grãos produzidos na Ucrânia fossem exportados. Desde o início da guerra, esse era o principal compromisso firmado entre Kiev e Moscou. Costurado com o apoio da Turquia e da Organização das Nações Unidas (ONU), há um ano, o tratado permitia que navios ucranianos abastecidos com alimentos atravessassem o Mar Negro sem o risco de ser atacados por russos.

A alegação de Vladimir Putin, presidente da Rússia, para desfazer o combinado é de que as condições exigidas pelo Kremlin não foram instauradas. Além de abandonar o acordo, a Rússia passou a atacar cidades costeiras como Odessa, onde fica o principal porto da Ucrânia, atrapalhando ainda mais o escoamento dos produtos.

A Ucrânia é o quinto maior exportador de trigo do mundo, respondendo por 10% das exportações desse grão, segundo a Organização Para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). A nação também está entre os três maiores exportadores de cevada e milho e é a número 1 no fornecimento de óleo de girassol.

Com a barreira ao escoamento desses alimentos, é esperado um desabastecimento e, consequentemente, um aumento no preço dos produtos derivados desses itens em todo o mundo. Na bolsa de Chicago, principal instituição financeira mundial para comércio de commodities (itens básicos não industrializados) agrícolas, os contratos futuros de trigo chegaram a disparar 4% após o ataque russo aos portos ucranianos.

O impacto para nós, brasileiros, é o possível aumento de preços de alimentos à base desses grãos, como o pãozinho que compramos na padaria. Segundo a ONU, as nações pobres são as que mais sofrerão com o fim do tratado. “Os preços mais altos serão sentidos de maneira mais aguda pelas famílias nos países em desenvolvimento. Muitos podem morrer como resultado dessas decisões”, disse Martin Griffiths, subsecretário-geral da ONU para assuntos humanitários.

Fontes: CNN, Poder360, BBC e Money Times.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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