O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, anunciou, em 2 de agosto, uma queda de 0,5 ponto percentual na Selic, a taxa básica de juro do país, que foi de 13,75% para 13,25%. Desde agosto de 2020, a Selic não era reduzida.
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Será que essa diminuição afeta o bolso da população? Ainda não. Segundo especialistas, é cedo para que qualquer efeito seja sentido. Leva tempo até que a redução chegue ao consumidor. O principal benefício para as pessoas físicas será a possibilidade de fazer empréstimos e financiamentos mais baratos. Para as empresas, ficará mais barato investir na compra de maquinário para melhorar a produção.
Após essa ação, a expectativa é de que o Copom siga fazendo reduções nas próximas reuniões. “Com a inflação convergindo para o centro da meta, o Banco Central poderá continuar o ciclo de queda e, com o tempo, os impactos passarão a ser sentidos”, explica Hélio Berni, professor de economia do Ibmec BH.
Mas o que a inflação tem a ver com a taxa de juro? Tudo. Como mostramos na reportagem “O poder da Selic“, o juro é a ferramenta que uma autoridade monetária como o Banco Central tem para controlar a inflação. Quando os juros são altos, fica mais caro fazer um empréstimo ou comprar a prazo. Isso inibe o consumo, fazendo os preços caírem e diminuindo a inflação. A queda da inflação é importante para resguardar o poder de compra da moeda nacional, o real.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial de inflação, foi de -0,08% em junho. No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.