Há 125 anos, o Brasil teve seu primeiro registro cinematográfico, feito no Rio de Janeiro. Desde então, 19 de junho é conhecido como Dia do Cinema Brasileiro.
O ano era 1898, quando o italiano Afonso Segreto desembarcou no Brasil após uma viagem para Nova York e Paris. Na bagagem, trouxe filmes e equipamentos para captar as próprias imagens. A bordo do navio, aproveitou a visão privilegiada da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para testar suas ferramentas e, sem pretensão, deu origem à data de celebração.
Mercado potente
Distante de Hollywood, conhecida como sede de grandes produções cinematografias mundiais, o Brasil vem expandindo os investimentos, o número de produções e o consumo nacional da sétima arte.
Segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine), em 2022, foram arrecadados 71 milhões de reais somente com filmes brasileiros. Já a bilheteria de longas estrangeiros alcançou 1,74 bilhão de reais. A soma é 98% maior do que em 2021.
Os números mostram que o setor vem se recuperando da baixa movimentação durante o período de restrições causado pela pandemia de covid-19. Segundo a consultoria PwC, somente em 2026, o movimento pré-pandemia, de 3,5 bilhões de reais de receita, deverá ser recuperado. Em paralelo, entre 2022 e 2026, a taxa de crescimento do cinema nacional deve chegar a 32,1%.
Para atingir os objetivos, a Ancine divulgou, no início de 2023, um investimento de um bilhão de reais para o setor audiovisual, distribuídos em mais de 250 projetos cinematográficos, filmes independentes, infraestrutura e equipamentos para produções nacionais.
Do Brasil para o mundo
Diversas produções brasileiras foram reconhecidas mundialmente, com sucesso de público internacional e indicações a grandes prêmios do setor.
O TINO Econômico selecionou um Top 5 de filmes nacionais que caíram no gosto do público mundial e movimentaram milhões de reais com a bilheteria que alcançaram.
1. Tropa de Elite I e II – 76,4 milhões de dólares (364,2 milhões de reais)
Tropa de Elite e Tropa de Elite II, lançados em 2007 e 2010, retratam o dia a dia do Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro (Bope).
Somados, os dois filmes geraram 78,3 milhões de dólares em todo o planeta, segundo a Box Office Mojo, plataforma que aponta a bilheteria mundial das produções. O primeiro rendeu cerca de 12,7 milhões de dólares (60,1 milhões de reais) e o segundo, 63,7 milhões de dólares (304 milhões de reais).
2. Cidade de Deus – 30,7 milhões de dólares (146,3 milhões de reais)
Lançado em 2002, o longa conta a história de personagens moradores da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Buscapé, o protagonista, tem um sonho e luta para conquistá-lo, fugindo da violência e do crime da região.
O filme ganhou alcance internacional e atualmente é considerado pelo site Preply o segundo mais visto do mundo (somando exibições no cinema e em plataformas de streaming), atrás apenas da produção francesa Intocáveis.
3. Central do Brasil – 6 milhões de dólares (28,7 milhões de reais)
A história retrata a vida de Dora (vivida por Fernanda Montenegro), uma professora aposentada que escreve cartas para pessoas analfabetas na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, e de Josué, um jovem que perde a mãe e tem a ajuda de Dora para encontrar o pai no interior do Nordeste.
Lançado em 1998, Central do Brasil movimentou mais de 6 milhões de dólares em bilheteria nacional e internacional e conquistou 11 vitórias em premiações.
4. Bacurau – 3,5 milhões de dólares (16,7 milhões de reais)
A produção, lançada em 2019, narra a história dos moradores de Bacurau, pequeno povoado localizado no sertão brasileiro. Eles percebem que a comunidade não consta mais no mapa do país e que a região está sofrendo um ataque.
O longa gerou 3,5 milhões de dólares, sendo que a maior parte desse valor foi alcançada com a bilheteria fora do país.
5. Que Horas Ela Volta? – 3 milhões de dólares (14,3 milhões de reais)
Lançado em 2015, o filme mostra a vida uma mãe que deixa a filha em Pernambuco para morar em São Paulo e trabalhar como empregada doméstica na casa de uma família. Anos depois, a filha pede para ir a São Paulo para prestar o mesmo vestibular que o filho dos patrões. A convivência entre as famílias se torna uma trama à parte.
O longa conquistou 3 milhões de dólares em bilheteria, com maior alcance internacional do que nos cinemas brasileiros.