Junho é aguardado por muitos brasileiros. Além de marcar a chegada da metade do ano, é conhecido pelo mês em que os santos João, Pedro e Antônio são celebrados com festas em várias áreas do país.
Em meio a bandeirinhas, quadrilhas, pescarias e boca do palhaço para divertir as crianças, está a parte favorita da maioria da população: as comidas típicas.
Este ano, o volume de dinheiro reservado para gastar na festa junina ou comprar os ingredientes e preparar os pratos típicos em casa precisará ser maior — ou o consumo, menor. Isso porque um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) mostrou que itens essenciais para preparar os quitutes ficaram, em média, 11,41%, mais caros nos últimos 12 meses.
O que ficou mais caro?
O estudo considerou 27 produtos que são frequentemente usados nesta época do ano no Brasil.
O fubá de milho, que vai em pratos como polenta, cuscuz, bolos e broas, apresentou a maior alta do ano, chegando a 42,48%. Na sequência, a farinha de mandioca, ingrediente de alimentos como farofa, bolo e pirão, alcançou 38,75% de alta.
Itens como milho de pipoca, maçã (que se transforma na maçã do amor) e salsicha para cachorro-quente, que são muito procurados nessas festas, chegaram a aumentar 34,15%, 14,61% e 10,63%, respectivamente.
Segundo Matheus Peçanha, economista do FGV Ibre, ainda que a inflação esteja desacelerando este ano, os itens juninos foram contra a tendência. “Apesar de as commodities agrícolas estarem em queda, alguns problemas sazonais estão atrasando essa redução nos preços. Todo esse efeito deve ser temporário, e as perspectivas para 2023 ainda são boas”, finaliza.
Com exceção da batata-inglesa e do açúcar refinado, essenciais para outras produções, produtos como leite, açúcar cristal, leite condensado e ovos também apresentaram alta nos preços, contribuindo para o impacto mais “salgado” dos valores nas barraquinhas de comida das festas juninas e nas produções caseiras.
Confira as variações de preço dos produtos típicos de 2022 para 2023:
ITEM | JUN/21 a MAI/22 (%) | JUN/22 a MAI/23 (%) |
% de variação média dos preços | 13,12 | 11,41 |
Fubá de milho | 15,63 | 42,28 |
Farinha de mandioca | 8,48 | 38,75 |
Milho em conserva | 12,08 | 34,59 |
Milho de pipoca | 20,95 | 34,15 |
Batata-doce | 13,83 | 32,11 |
Ovo | 15,10 | 29,79 |
Leite condensado | 10,67 | 27,82 |
Queijo minas | 11,23 | 21,65 |
Farinha de trigo | 16,78 | 17,33 |
Leite de coco | -2,36 | 15,80 |
Maçã | 28,68 | 14,61 |
Aipim/mandioca | 16,03 | 14,21 |
Bolo pronto | 7,62 | 13,29 |
Leite longa vida | 18,03 | 13,21 |
Cerveja | 7,46 | 12,12 |
Bebidas destiladas | 6,03 | 11,75 |
Doces e chocolates | 2,88 | 11,62 |
Refrigerantes e água mineral | 8,02 | 11,56 |
Salsicha e salsichão | 7,13 | 10,63 |
Arroz | -8,98 | 10,60 |
Amendoim | 5,68 | 7,85 |
Vinho | 5,72 | 6,94 |
Couve | 29,34 | 5,16 |
Linguiça | 10,10 | 4,88 |
Açúcar cristal | 26,80 | 0,16 |
Açúcar refinado | 42,02 | -2,16 |
Batata-inglesa | 71,35 | -18,93 |
E agora?
Com 70% da lista mais cara, a alternativa indicada pelos especialistas é pesquisar os preços antes de comprar e preparar as receitas. No caso do preço nas barraquinhas de festas, vale procurar as que estão mais em conta, na mesma dinâmica de pesquisa de valores, e ir em busca de descontos.