Vem aí o real digital

A novidade apresentada pelo Banco Central do Brasil está em fase piloto de teste e promete ser uma nova possibilidade de uso do dinheiro no país
6 de junho de 2023 em Edições Impressas, Nacional
ILUSTRAÇÃO PRODUZIDA POR IA_DALL E

O real digital é uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) que atua como uma representação virtual do dinheiro físico presente na carteira dos brasileiros ou depositado em contas bancárias. Sua implantação é discutida desde 2020, com lançamento previsto para 2024.

Segundo o Banco Central do Brasil (BC), esse projeto tem como objetivo modernizar a moeda, evoluir o mercado de pagamentos, diminuir o custo de operações bancárias e promover a inclusão financeira. A intenção é fazer transações com a nova moeda on-line e offline direto da carteira digital, e a utilização deve ser integrada ao dinheiro físico. Será possível converter a moeda física em digital e vice-versa.

Uma das principais vantagens é diminuir a emissão de cédulas e moedas, reduzindo o custo desse processo, mas sem substituir o dinheiro físico, essencial para o país. “As pessoas desbancarizadas devem ter mais opções e melhores condições com as instituições bancárias, já que todos desejarão fazer parte da moeda de forma competitiva”, diz Carla Beni, economista e professora da Fundação Getulio Vargas.

Confira abaixo como funcionará a moeda digital.

1- A troca de moedas físicas por reais digitais será feita em instituições autorizadas pelo Banco Central. Poderá ser realizada presencialmente ou transferindo o valor da conta corrente para a carteira digital.

2- O dinheiro vai para uma carteira digital, localizada no aplicativo da instituição financeira autorizada pelo BC e escolhida por cada um.  O processo de pagamento físico ainda não foi definido, mas a proposta inicial é de que funcione como o pix.

3- O real digital terá o mesmo valor da moeda física, ou seja, ter cem reais digitais será o mesmo que ter uma cédula de cem reais.

4- Atenção: não é o equivalente a uma criptomoeda. Sabe por quê? As cripto são moedas digitais abertas e descentralizadas, que não dispõem de um órgão responsável por controlar sua emissão, transação e valor. O preço da criptomoeda é definido pelo mercado, levando em consideração a oferta e a demanda. Já o real digital será emitido e segurado somente pelo banco central. As instituições parceiras poderão fazer a distribuição da moeda.

5- Quando a moeda estiver funcionando plenamente, a carteira digital poderá ser conectada a diferentes dispositivos, como carros, geladeiras e televisores.

6- Uma possibilidade de uso seria pagar o abastecimento do carro automaticamente no posto de gasolina. Outra, programar a geladeira para comprar e pagar um produto que esteja em falta na despensa. As oportunidades são muitas, mas ainda dependem do desenvolvimento de tecnologias como machine learning e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).

7- Ao realizar um pagamento, a carteira digital se comunica com o sistema do BC, sem autenticação de outros bancos.

Não é a mesma coisa que Pix e cartão?  

Parece Pix, mas não é. O Pix é um modelo de transação digital que envolve a troca de moeda física e exige autenticação. Já o real digital é uma moeda virtual que poderá ser transacionada sob a segurança do BC, sem a necessidade de outra aprovação.

Também é diferente do cartão. Ao utilizar o cartão, o meio de pagamento é digital, mas o dinheiro não. Para usá-lo é preciso ter saldo em conta ou crédito em uma instituição bancária responsável pelo seu dinheiro. No caso do real digital, a moeda já é fruto do universo digital e está sob a responsabilidade do BC.

Países que já têm moeda digital em circulação:  Bahamas, China e Jamaica.

FONTES: BANCO CENTRAL E INFOMONEY.

       

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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