Além de TikTok, Instagram, YouTube, Twitch e Discord, o mundo digital tem uma rede especializada em falar de trabalho e carreira, o LinkedIn.
Por lá, profissionais de todas as áreas podem se conectar, apresentar opiniões e realizações. Além disso, empresas oferecem vagas e recrutam pessoas para compor seus times. Mas será que é um bom espaço para quem ainda está estudando e não tem experiência?
Para responder a essa pergunta, o TINO Econômico convidou Cristiano Santos, especialista em marketing digital e LinkedIn Top Voice (título dado a pessoas que compartilham conteúdo relevante e geram engajamento na plataforma). Ele foi entrevistado por Nicolas I., de 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio no Colégio Franciscano Pio XII.
Ter um perfil no LinkedIn facilita a conquista de uma vaga?
Tem um escritor norte-americano chamado Dan Sherman, autor de livros sobre o LinkedIn, que diz que currículo só mostra quem você foi — não quem você é. No currículo, geralmente as pessoas preenchem tudo aquilo que fizeram. O LinkedIn é o que estão fazendo, é o lugar para contar seus interesses, o livro que está lendo, os eventos que acompanha, os projetos de que participa na escola ou em outra instituição. O jovem precisa expor sua marca pessoal. Eu recomendo isso para todos os jovens. Muitos falam assim: “Não tem muito jovem no LinkedIn, por isso não entro”. Na verdade, o pensamento deveria ser o inverso: se não tem muito jovem no LinkedIn, é um sinal de que haverá menos concorrência.
Há muitos jovens no LinkedIn?
Segundo a empresa, são mais de 46 milhões de usuários que são estudantes participando do LinkedIn. A plataforma tem mais de 900 milhões de perfis de todo o mundo. Só no Brasil são mais de 63 milhões.
Mesmo o jovem que não está buscando emprego deve entrar no LinkedIn?
Com certeza. É possível usar a ferramenta para procurar pessoas em quem se espelhar. Por exemplo, se alguém tem desejo de ser gerente de determinada área, pode procurar pessoas com esse cargo para começar a se conectar, ver o que elas postam, o que têm no perfil, o que estudaram, onde, por quais empresas passaram, quais cargos tiveram antes de conquistar a posição atual. Isso ajuda o jovem a ter uma ideia do caminho que pode trilhar para chegar aonde quer.
O que fazer para ficar mais visível na plataforma?
O legal para chamar a atenção de outros profissionais é preencher bem o perfil, com o máximo de informações, completando todos os campos dos formulários. Quando o recrutador recebe o currículo de um jovem e vê que ele tem um perfil que está bem preenchido, pensa: “Esse jovem está preocupado em se apresentar e mostrar a carreira dele de uma maneira diferente dos demais”.
É importante manter contato com pessoas que tenham o mesmo interesse?
Esse contato profissional é o chamado networking. Para ele ser rico mesmo, deve envolver pessoas de diferentes áreas. Eu não posso ter no meu LinkedIn apenas pessoas de mídias sociais de marketing digital, porque eu me fecho para novos aprendizados. Quando vejo profissionais de outras áreas divulgando conteúdos, eu posso ter ideias para os meus negócios também por intermédio deles.
O que mais é possível fazer no LinkedIn?
O jovem pode usar a plataforma para ganhar experiência. Existe uma área chamada LinkedIn Learning, com cursos on-line e alguns gratuitos. Vale a pena explorar os conteúdos e buscar algo que interesse.
Quem quiser seguir uma área de conhecimento que não necessariamente tem carteira assinada, uma carteira de trabalho, também tem espaço?
Sim, o LinkedIn deixa o usuário criar uma página dentro do perfil de prestador de serviços. Então um empreendedor cria o perfil e essa página para mostrar quais serviços presta, quais clientes já atendeu, o que entrega. Inclusive, os clientes podem avaliar o trabalho desse profissional com estrelas e comentários, como em aplicativos. Então, é interessante a gente pensar que o LinkedIn está se adaptando a esse tipo de realidade do mercado.