A balança comercial é um medidor econômico de um país. Ela registra e calcula a diferença entre o valor da venda de produtos e serviços para o restante do mundo (exportação) e a compra de produtos e serviços de outras nações por determinado país (importação). O cálculo da balança comercial se resume à subtração da receita da exportação pela da importação.
No Brasil, o responsável por calcular e divulgar essas entradas e saídas é o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Em 2022, as exportações somaram cerca de 335 bilhões de dólares e as importações, 272,7 bilhões, assim, o saldo comercial foi de 62,3 bilhões de dólares. Os principais parceiros comerciais do Brasil, ou seja, os países com os quais há mais transações de venda e compra de produtos, são China, União Europeia, Estados Unidos e Argentina.
SUPERÁVIT
O superávit comercial se dá quando o país exporta mais do que importa, portanto vende mais produtos para o exterior do que compra. No noticiário, é comum encontrar manchetes como “Balança comercial tem superávit de US$ 62,3 bi em 2022”. Isso quer dizer que o saldo foi de US$ 62,3 bi positivo ao longo dos 12 meses do ano anterior.
DÉFICIT
O déficit comercial ocorre quando a importação é maior do que a exportação, ou seja, quando o Brasil compra mais produtos do exterior do que vende.
QUAL O MELHOR CENÁRIO
Quando se trata de importação e exportação, é difícil haver um equilíbrio. Sendo assim, o que é melhor: déficit ou superávit? “Para a economia do país é melhor a balança positiva, pois a entrada de dólares abastece as reservas”, diz Jackson Campos, especialista em comércio exterior e logística internacional.
O Brasil é um grande exportador, especialmente de commodities (produtos não manufaturados de agropecuária e extração de minério). Em 2022, a soja e os óleos brutos de petróleo foram os produtos mais vendidos pelo país, gerando mais de US$ 89,4 bilhões de receita, segundo o Comex Stat, portal de estatísticas de comércio exterior do Brasil.
FATORES QUE INFLUENCIAM A BALANÇA COMERCIAL
• TAXA DE CÂMBIO
A moeda de importação e exportação global é o dólar. O entra e sai de mercadorias interfere no preço da moeda. Quanto maior a entrada de dólar, mais forte fica o real, porque a diferença de valor entre as moedas diminui.
• PROTECIONISMO
Protecionismo é uma série de medidas para incentivar a venda de produtos nacionais e desestimular a venda dos internacionais, por exemplo, impostos que encarecem os produtos estrangeiros.
• CENÁRIO ECONÔMICO MUNDIAL (OFERTA E DEMANDA)
Se o mundo está em um bom momento econômico, a compra e a venda de produtos entre os países tendem a subir, pois eles dispõem de mais possibilidades de compra. Em caso de recessão, a demanda tende a diminuir.
• CENÁRIO ECONÔMICO NACIONAL
Quando o dólar está em alta, torna-se mais vantajoso para o país exportar, pois como a venda acontece em dólar, o faturamento em real vai ser maior. O contrário também é válido: o dólar baixo favorece as importações.
PERGUNTA PARA O ESPECIALISTA “Como a balança comercial pode influenciar o PIB de um país?” GABRIELY A., 17 ANOS A balança comercial tem relação direta com o PIB. Se ela atinge superávit, o nível de produção e vendas sobe, consequentemente o PIB é mais elevado. Essa é a atual situação da economia brasileira. Em 2022, a balança comercial teve superávit em torno de 60 bilhões de dólares, ou seja, subtraindo as exportações e importações, houve essa entrada líquida de dinheiro. Isso se refletiu positivamente no PIB, ajudando seu valor a crescer. RODOLFO MARGATO, ECONOMISTA DA XP INC. |