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Colapso bancário nos EUA: falência do Silicon Valley Bank, do Signature Bank e resgate ao First Republic Bank

O fim dos dois grandes bancos resulta nas maiores quebras do país desde 2008, como reflexo outros precisam de reforço para manter-se em funcionamento
13 de março de 2023 em Internacional
Foto: Getty Images

No dia 10 de março, o principal banco financiador de startups dos Estados Unidos, Silicon Valley Bank (SVB), encerrou as atividades. Esta é a segunda maior falência bancária dos EUA, após a queda do Washington Mutual, em 2008.

Segundo especialistas, um dos fatores que explicam a falência do SVB é o aumento da taxa de juros dos EUA. Em 2020, a taxa era de 0,25% e, em fevereiro deste ano, alcançou a marca de 4,75%, em uma tentativa do Banco Central norte-americano de conter a inflação do país.

Além disso, com a base de clientes focada em startups de tecnologia, o banco viu esse setor passar por uma desaceleração nos últimos meses, também pelo aumento da taxa de juros, fazendo com que as empresas retirassem seu dinheiro rapidamente da instituição.

Diante desse cenário, no dia 6 de março, o SVB afirmou que venderia US$ 2,25 bilhões em novas ações para aumentar o capital, o que causou pânico nos correntistas, que retiraram dinheiro do banco. No dia seguinte, segundo a Bloomberg, as ações da instituição despencaram 60%, gerando US$ 10 bilhões de prejuízo para o SBV e tornando suas atividades insustentáveis, como anunciado na manhã do dia 10.

Em 12 de março, dois dias após o ocorrido com o SVB, na esteira das falências, o Signature Bank, um dos mais importantes bancos de criptomoedas, foi fechado por reguladores financeiros de Nova York, com a justificativa de risco sistêmico, ou seja, perigo de haver um colapso no setor, impactando toda a economia mundial. Essa é a terceira maior falência do país nos últimos anos.

O Departamento de Serviços Financeiros dos Estados Unidos informou em comunicado que assumiu o controle do banco, que possui cerca de US$ 110,36 bilhões em ativos e US$ 88,59 bilhões em depósitos. Em novo pronunciamento, o Federal Reserve (FED), departamento do Tesouro dos EUA, e a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) afirmaram que depósitos feitos no Signature Bank e no SVB serão devolvidos aos clientes.

Na quinta-feira seguinte (16), um novo banco esteve a ponto de quebrar: o First Republic Bank, que desde a crise com o SVB, passou a demonstrar fraquezas financeiras e queda de 80% de seu valor de mercado até agora.

Agindo de forma emergencial, o Federal Reserve (FED), banco central dos EUA, comunicou que 11 grandes bancos norte-americanos injetarão juntos cerca de US$ 30 bilhões (R$157 bilhões) no First Republic Bank em uma tentativa de recuperar as finanças do banco, mantê-lo em funcionamento e recuperar a segurança no sistema bancário americano.

Entres eles JPMorgan Chase, Bank of America, Wells Fargo e Citigroup contribuirão US$ 5 bilhões cada um, enquanto Goldman Sachs e Morgan Stanle prometeram US$ 2,5 bilhões e os demais bancos doarão US$ 1 bilhão.

Impacto no mercado mundial

A movimentação negativa no setor bancário da maior potencial econômica mundial preocupa não apenas os clientes diretos, como também a força da economia norte-americana.

No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu o panorama como “grave”, mas não acredita em uma crise sistêmica que afete diretamente o país. “Precisa ver se a autoridade monetária do Brasil vai ter de tomar alguma providência em virtude dos efeitos sobre as economias periféricas. Isso não está claro ainda, é o que vamos acompanhar ao longo do dia”, disse em evento dos jornais Valor Econômico e O Globo na manhã de 13 de março.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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