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A inflação do Carnaval

Após dois anos sem comemorações, itens típicos da folia estão 15% mais caros
17 de fevereiro de 2023 em Nacional
Foto: Getty Images

Em muitos lugares do Brasil, o Carnaval já está acontecendo. Se você vai curtir a data, não esqueça de separar o glitter, as roupas coloridas, o protetor solar e, principalmente, uma quantia maior de dinheiro, porque desta vez ele está mais caro.

Após dois anos sem o tradicional festejo brasileiro, em virtude das restrições impostas pela pandemia de covid-19, quem quiser matar a saudade vai precisar enfrentar a inflação. Ela está nas passagens de avião, comidas, bebidas, fantasias e até remédios que muitos foliões usam para curar a ressaca no dia seguinte.

O Instituto Brasileiro da Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) fez um levantamento do aumento de preços do principais itens nos últimos 12 meses. Durante esse período, os produtos tradicionais da folia acumularam uma alta média de 15,5%, enquanto a inflação calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI), foi de 4,62%.

Brasília é a região mais afetada pela alta dos preços na temporada carnavalesca. A capital federal teve alta de 60,1% em 12 meses, enquanto a inflação calculada pelo IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) foi de 5,20%.

O cenário encarece ainda mais para quem decidiu aproveitar a folia longe de casa. A passagem aérea é a líder na classificação da inflação, chegando a custar 58,83% mais do que no ano anterior. As vias terrestres também estão inflacionadas: os tíquetes de ônibus interurbanos estão 6,44% mais caros. Os hotéis também subiram, 10,75%.

Está mais caro até nos bloquinhos

Quem optou por cair na folia com os blocos de rua também gastará uma quantia maior do que o esperado. Aqui no TINO pesquisamos os preços anunciados por varejistas da rua 25 de Março, tradicional região de comércio popular de São Paulo, em 2020 (ano do último Carnaval) e agora.

As saias de tule, que em 2020 eram encontradas por até R$ 20, agora são vistas, quando bem procuradas, a R$ 25 nas bancas de rua. Na mesma região, há pequenas lojas que desenham itens exclusivos, desde brincos até vestidos, e cobram até R$ 500 pelas peças.

Prepare o bolso para matar a fome

A alimentação também está mais cara. Quem sentir fome após a festa precisará desembolsar 7,71% a mais para repor as energias, segundo o FGV-Ibre. Sem contar o refrigerante e a água (essencial para se manter na folia) que subiram mais de 8%, assim como a cerveja, muito consumida pelos adultos.

O retorno para casa também está mais caro na comparação com os últimos 12 meses. O transporte por aplicativo subiu 10,84% e por táxis, 8,94%.

Quem vai faturar

São Paulo e Recife são as capitais recordistas em número de blocos pelas ruas da cidade. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a expectativa é de que o período da folia, que abrange o antes, durante e depois do feriado, movimente mais de R$ 8,2 bilhões no país.

Apesar de alto, o valor está 3,3% abaixo da última edição do Carnaval, em 2020. Os segmentos de bares e restaurantes, transporte e hotelaria devem ser os recordistas de faturamento durante os próximos dias.

Além das compras — e do lazer para os foliões — a festa impulsiona as vagas temporárias por todo o país. A previsão da CNC é de que cerca de 24,6 mil vagas sejam abertas. O número representa um aumento de 62% comparado ao ano passado e é 284% maior do que em 2021. As vagas vão de vendedores ambulantes credenciados até cozinheiros.

Fonte: FGV-Ibre.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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