Quem nunca passou por uma vitrine de mãos dadas com os pais, pediu algo que estava exposto e ouviu o famoso “na volta a gente compra”? Se você nunca passou por isso, deixou de receber grandes lições financeiras no início da vida — ainda que elas pareçam mais uma “desculpa” dos pais.
Por trás da frase, que habitualmente não se concretiza, já que na maioria das vezes não tem a “compra na volta”, há ensinamentos financeiros valiosos e essenciais:
1. Nada de ser impulsivo
Ao deixar a compra para o futuro, os pais mostram a importância de ter um tempo para pensar se ela é realmente necessária. Segundo um estudo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas realizado no fim de 2022, 51% das aquisições realizadas pela internet são feitas por impulso. Já a especialista Shirlei Camargo, professora da Universidade Federal do Paraná, contou para a CNN que cerca de 60% das compras feitas por diversos canais são por impulso. Portanto, ensinar a ponderar e refletir sobre os gastos vale ouro — literalmente.
2. Tenha prioridades
O Brasil fechou o ano de 2022 com 77,9% das famílias endividadas, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O dado evidencia os problemas dos orçamentos familiares e a relação dos brasileiros com o dinheiro.
Para mudar esse cenário, os adultos devem conversar sobre assuntos financeiros com as crianças, para que elas aprendam desde cedo como economizar e escolher como gastar a quantia disponível.
Assim, ao olhar um brinquedo na vitrine ou um carrinho de pipoca, ela terá consciência de que há valores que já estão destinados a outras prioridades e entenderá melhor quando a resposta for “não” ou até um “na volta a gente compra”.
3. Querer não é poder!
Os ensinamentos de se esquivar das tentações das compras por impulso e priorizar as despesas vão além da aquisição e do momento em que esse “truque” foi usado pelos pais.
Apesar de a frase ser um marco dos pais e ter um viés de educação financeira, especialistas afirmam que quanto antes houver a introdução da temática do dinheiro na vida das crianças, mais fácil será o processo de aprendizado e mais saudável a relação com ele. “Na volta a gente compra” pode ser um bom começo, mas os economistas da XP Educação enfatizam que é preciso fazer outras ligações com o ato de poupar, além de conversar diretamente com os pequenos para que compreendam a importância e o valor do dinheiro.