No início de outubro, os Estados Unidos anunciaram uma série de barreiras para o desenvolvimento de semicondutores na China. Proibiu que empresas norte-americanas exportem a tecnologia usada na fabricação de chips e impediu que qualquer país do mundo venda para Pequim produtos que tenham componentes produzidos nos EUA.
Segundo os norte-americanos, a intenção é proteger a segurança nacional, afinal, com acesso à tecnologia de ponta, a China poderia produzir armas mais perigosas e avançadas. Mas a decisão também tem um peso comercial importante, uma vez que os chips estão por toda parte: em televisores, geladeiras, carros e celulares. “Com essa medida, os Estados Unidos ganham vantagem competitiva, pois enfraquecem a capacidade chinesa de ter acesso à tecnologia”, diz Leonardo Paz, analista de inteligência qualitativa do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Essa crise sino-americana também envolve Taiwan, país da Ásia Oriental que é o maior produtor de microchips do mundo. Enquanto os Estados Unidos defendem a independência da ilha, a China a considera parte de seu território e dá sinais de que pretende brigar pela posse. Quem tiver Taiwan a seu lado conquistará um aliado significativo na corrida tecnológica.