Muito além do apito

Enquanto a bola rola dentro do campo no Catar, fora dele a Copa do Mundo movimenta a economia, especialmente no Brasil
26 de outubro de 2022 em Edições Impressas, Internacional, Nacional
Charge – Renato Machado

Quando o árbitro apitar o início da partida entre Catar e Equador, estará começando a Copa do Mundo mais cara da história. O primeiro torneio no Oriente Médio recebeu investimento de 220 bilhões de dólares. Antes, a Copa mais cara tinha sido a de 2018, na Rússia, que consumiu 14 bilhões de dólares.

Os investimentos vão desde a construção dos oito estádios até a infraestrutura de transporte e estadia para as delegações dos 32 países participantes e turistas. O calor excessivo na região, que chega a 40ºC (graus Celsius) no verão, fez a Federação Internacional de Futebol (Fifa) mudar a tradicional data de início da competição, em junho, para novembro, quando é outono no hemisfério norte e as temperaturas ficam em torno dos 30ºC.

O Brasil agradece

A data tem sido comemorada por bares e restaurantes no Brasil, que se preparam para um crescimento expressivo no movimento. Tanto que 45% dos estabelecimentos planejam contratar, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). “Vai juntar a Copa do Mundo com as festas de Natal e Ano-Novo, que já são tipicamente boas para o movimento em bares e restaurantes”, diz José Eduardo Camargo, líder de conteúdo e inteligência da entidade.

O varejo, que inclui lojas de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, vestuário e supermercados, também espera um crescimento de 7,9% nas vendas deste ano, em comparação com o total comercializado durante a Copa do Mundo de 2018. Os números são de um relatório da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estima um total de R$ 1,48 bilhão de movimentação nesses setores.

Boa parte do crescimento será impulsionada pela venda de televisores, tradicionalmente aquecida em períodos de Copa do Mundo. “A venda de TVs está para a Copa assim como a venda de chocolate está para a Páscoa”, diz Fabio Bentes, economista responsável pelo estudo.

Denúncias

O mundial também vem recebendo críticas por denúncias de maus-tratos e mortes envolvendo os trabalhadores, na maioria imigrantes de países como Índia, Paquistão, Bangladesh e Sri Lanka. O governo local contestou as acusações e foi apoiado pela Fifa. A posição da federação irritou a Human Rights Watch, organização não governamental defensora dos direitos humanos, que iniciou a campanha #PayUpFIFA, para que a Fifa indenize os operários que trabalharam nas obras.

Aviso aos turistas

Consumir bebida alcoólica ou circular pelas ruas embriagado pode dar seis meses de cadeia ou uma multa de 4,3 mil reais. Demonstrações públicas de afeto também podem acarretar prisão, assim como vestimentas inadequadas, como saia curta e ombros à mostra.
Fonte: Brasilturis

Estádio fresquinho

Sete dos oito estádios foram climatizados. Segundo os organizadores, o sistema de ar-condicionado vai manter a temperatura em 21ºC.
Fonte: Uol

Top 10 em ingressos

O Brasil foi o nono país que mais comprou ingresso para os jogos da Copa. Segundo a Fifa, os brasileiros adquiriram 39.546 tíquetes até o dia 3 de outubro.
Fonte: GE

Protesto e boicote

Em protesto pelos direitos humanos, a seleção da Dinamarca entrará em campo com um uniforme monocromático, que dificulta a identificação do escudo e nome do patrocinador. Pelo mesmo motivo, Paris e outras cidades francesas farão uma espécie de boicote, não colocando telões em locais públicos para a população assistir aos jogos.
Fonte: Estadão

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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