Qual o papel do conselheiro dentro de uma empresa

24 de agosto de 2022 em Edições Impressas, Mercado
Crédito: Getty Images

Não é raro ver executivos de empresas deixando o cargo de CEO ou presidente para assumir a presidência do conselho de administração. É quase um caminho natural, especialmente para fundadores de empresas. Entre grandes nomes que fizeram esse movimento estão Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza; Guilherme Benchimol, da XP Investimentos; e Daniel Castanho, da Ânima Educação. Ao fazer essa mudança de cargo, eles deixam o dia a dia da companhia – o que toma tempo e exige atenção integral – e passam a olhar para o futuro, com uma visão mais panorâmica e de longo prazo sobre o negócio. 

Mas, afinal, o que faz um conselheiro, qual seu papel no dia a dia de uma empresa? Todos os integrantes de um conselho de administração têm o papel de acompanhar de perto a atuação dos dirigentes e aconselhar a tomada de decisões. A figura do conselheiro surgiu quando as companhias sentiram a necessidade de organizar a estrutura de seus negócios para torná-los mais longevos, ainda que seus fundadores deixassem a administração. “O conselho tem o papel de garantir a sustentabilidade do negócio, com ações que sejam boas para a empresa, os acionistas, os funcionários, os consumidores e a sociedade”, diz Valeria Café, diretora de vocalização e influência do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), que oferece cursos para quem deseja fazer parte de um conselho. 

Para as empresas que têm o capital aberto, ou seja, que têm ações vendidas nas bolsas de valores, é obrigatória a formação um conselho de administração. Mas mesmo as de capital fechado muitas vezes optam por ter um board para organizar sua estrutura de gestão. Nesse caso, os conselheiros não representam necessariamente um acionista. Eles podem simplesmente ser de fora, com uma experiência enriquecedora para a empresa.

Além de ajudar na gestão, o conselho tem o papel de trazer ideias novas e apontar caminhos para o médio e longo prazos. Por isso é interessante que os integrantes desse grupo tenham experiências complementares e tragam novos conhecimentos de acordo com a visão de futuro da companhia. Empresas que pretendem fazer a internacionalização, por exemplo, podem trazer para seu conselho alguém que tenha essa capacitação e consiga apontar o melhor caminho a seguir.

O número de participantes pode variar de três a 11 pessoas, mas é importante que não seja um número muito grande, para não dificultar o consenso. A rotatividade também é importante. Normalmente, o mandato de um conselheiro vale por dois ou três anos e sua formação precisa estar de acordo com os objetivos da empresa. Não é necessário que os participantes tenham uma formação específica, mas é desejável que conheçam o mercado, os concorrentes, os consumidores, a cadeia de fornecedores e estejam por dentro das tendências para o setor em questão.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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