A crise financeira que afeta todo o mundo tem sido mais grave na Argentina. O país vizinho registrou no mês de julho a maior taxa de inflação dos últimos 20 anos, com o índice chegando a 7,4%. No acumulado dos 12 meses, a alta dos preços já chegou a 71%, e a previsão é de que feche o ano beirando os 100%.
Com a economia indo mal, meio milhão de argentinos que pertenciam à classe média desceram de classe social, fazendo a taxa de pobreza chegar a 40% da população.
Mas por que a crise econômica tem sido mais severa para os hermanos? Segundo especialistas, o país está sem reservas, ou seja, está com pouco dinheiro guardado para enfrentar essa emergência. A estratégia mais comum dos países para conter a desvalorização da moeda interna (o peso, no caso da Argentina) é despejar muitos dólares no mercado. Com base na lei da oferta e da procura, quanto mais dólares em circulação, menor será o preço dessa moeda, logo, menor será a desvalorização do peso. No entanto, neste momento, a Argentina está com poucos dólares guardados, o que a impede de ser mais agressiva na política econômica.
A grande esperança do país para se recuperar é o novo ministro da Economia, Sergio Massa. Ele é o terceiro a assumir a pasta em menos de um mês. Político experiente, Massa viajará ao exterior para buscar investimentos que ajudem a Argentina a se recuperar.
Internamente, o ministro tem outra missão difícil: recuperar a confiança da população. Para escapar da desvalorização da moeda local, muitos argentinos têm optado por fazer eles próprios suas reservas em dólar. Nem mesmo a taxa básica de juros a 69,5% ao ano os têm animado a investir no mercado interno. Como resultado, a cotação do dólar no país chegou a 300 pesos.
Fontes: podcast Ao Ponto e O Globo.